4 de dezembro de 2011

1° de Dezembro – 219 Anos do Nascimento do Barão de Cocais

José Feliciano Pinto Coelho da Cunha, militar, político e empresário, nasceu na Fazenda da Cachoeira, distrito de Cocais, no dia 1° de Dezembro de 1792. Era filho do Brigadeiro Português Antônio Caetano Pinto Coelho da Cunha e de Anna Cassemira Furtado Leite. Ingressou no ano de 1808 no Regimento de Cavalaria em Vila Rica, atual cidade de Ouro Preto onde alcançou a patente de Tenente Coronel do Exército Imperial. Reformou na unidade militar em 1836 conforme registro funcional existente no Arquivo do Exército Brasileiro no Rio de Janeiro. Em 1819, casou-se com Anthonia Thomazia de Figueiredo Neves na Capela de Santa Quitéria em Catas Altas. Participante ativo do movimento que culminou com a Independência do Brasil, em 1822, elegeu-se Deputado-geral em 1830, sendo reeleito para sucessivas legislaturas até 1848. Fundou a Companhia Brasileira de Mineração da Serra de Cocais no ano de 1833 em associação com os ingleses da National Mining Association, sediada em Cocais. No ano de 1835, José Feliciano foi Presidente da Província de Minas Gerais indicado pelo Regente Diogo Feijó. Em 1842, foi aclamado Presidente Interino da Província de Minas Gerais, em Barbacena, aceitando ser Comandante Chefe da Revolução Liberal em Minas, ao lado de Teófilo Ottoni, Cônego Marinho, Limpo de Abreu, entre outros revolucionários. Teve seus direitos políticos cassados por dois anos, e confiscado seus bens. Anistiado, em 1844 volta à cena política brasileira, reelegendo-se Deputado até 1848. Sua lealdade à Coroa, durante a Revolução de 1842, fez com que Dom Pedro II o intitulasse "BARÃO com Grandeza", em 14 de março de 1855. Sua imensa fortuna ainda é uma lenda, por aproximadamente três décadas do século passado (1950-1980), houve uma verdadeira corrida de centenas de supostos herdeiros aos cartórios e tribunais no Brasil e até mesmo na Inglaterra, mobilizando advogados, peritos, contadores e até genealogistas a serviço de candidatos à habilitação aos processos na esperança de receberem sua herança em barras de ouro, fruto de sua sociedade em empresa de mineração com capitalistas ingleses e que teria sido depositada em Londres. Listagens de “parentes” surgiram em diversos locais do País, mas é bem provável que muitas pessoas não soubessem sequer seu verdadeiro nome ou ignorassem até mesmo que também tenha sido um importante político de Minas Gerais na primeira metade do século XIX. O simples fato de menção de seu titulo honorífico significava ascender um brilho no olhar de muitas pessoas das mais diferentes classes sociais, principalmente em vários municípios da região central de Minas Gerais, uma vez que somente uma coisa era considerada importante na cultura popular: ser reconhecido como herdeiro de sua fortuna. Atualmente a lenda de suas barras de ouro ainda sobrevive no imaginário de muitos caçadores de herança. Faleceu em 09 de julho de 1869 em Cocais, onde está sepultado no interior da Igreja de Santa’Anna construída pelos seus antepassados. O Decreto-Lei Estadual Nº. 1058 de 31 de dezembro de 1943, cria o Município de “BARÃO DE COCAIS" em homenagem a um dos seus filhos mais ilustres.