25 de março de 2013

Vale cria laboratório para pesquisar carvão


Com investimentos de R$ 20 milhões, projeto vai reproduzir todo o processo siderúrgico com o objetivo de melhorar eficiência do produto
 
 
A Vale está construindo um novo laboratório destinado exclusivamente às pesquisas com carvão mineral, em especial de suas minas em Moçambique, Austrália e China. As novas instalações estarão abrigadas no Centro de Tecnologia de Ferrosos (CTF), em Minas Gerais, um dos três centros de pesquisa da empresa, referência mundial na área de pesquisa e desenvolvimento de produtos ferrosos. O objetivo é estudar soluções mais efetivas que possam agregar valor à matéria prima oferecida aos clientes. A Vale está investindo R$ 20 milhões no projeto, previsto para entrar em operação no primeiro trimestre de 2014.
O laboratório contará com equipamentos para análises química, física e mineralógica, além de uma estrutura para simulações que vão permitir estudar o comportamento do carvão. A ideia é reproduzir em pequena escala todo o processo de transformação da matéria prima em coque metalúrgico, como fazem as siderúrgicas. O novo laboratório segue o padrão adotado nas pesquisas desenvolvidas pelo CTF com toda a cadeia do minério de ferro, da mina ao aço. O uso da tecnologia tem levado também a empresa a agregar valor aos seus produtos, melhorando sua competitividade no setor.
A função do centro é oferecer soluções personalizadas, segundo as necessidades de cada cliente. Cada tipo de minério tem qualidades e características específicas. Os estudos feitos no CTF mostram quais seria o melhor mix de matérias primas para o propósito que o cliente quer empregar, o que pode compreender redução de custos ou aumento de produtividade, por exemplo.
Centro de Tecnologia de Ferrosos
Localizado na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o Centro de Tecnologia de Ferrosos foi inaugurado em outubro de 2008 e hoje conta com um orçamento anual de R$ 50 milhões. Atualmente, o Centro mantém cerca de 90 projetos de P&D, dos quais 30% voltados diretamente para clientes. A instituição possui ainda parcerias com importantes universidades e instituições de pesquisas no Brasil, Estados Unidos, Alemanha, China e Japão. Trabalham no local uma equipe multidisciplinar formada por 92 profissionais, entre engenheiros metalurgistas e de minas, químicos, geólogos, físicos e outros. Boa parte do quadro atual é proveniente do setor siderúrgico, o que permite ao CTF compreender e endereçar soluções para as demandas do mercado, tornando-se referência nesta área no mundo.
O CTF possui equipamentos de última geração, como o espectômetro de Mössbauer, capaz de caracterizar os diversos tipos de minério com ferro em sua composição. Para isto, o equipamento utiliza o efeito de emissões nucleares para investigar as propriedades químicas e físicas da amostra. Um protótipo, similar a um dos disponíveis no Centro, foi enviado a Marte pela NASA, a agência espacial americana, para estudar o solo do planeta.
Um extenso trabalho de simulação física do uso do minério de ferro também é desenvolvido na instituição. Entre os vários laboratórios e plantas-piloto em atividade, há o forno de amolecimento e fusão, que permite realizar ensaios metalúrgicos em altas temperaturas (até 1.700 graus centígrados) e simula diferentes condições de uso do minério de ferro em altos-fornos siderúrgicos. Neste laboratório, por exemplo, foram desenvolvidos testes com sinter e pelotas, que hoje são usados por vários clientes da Vale.
O sinter e a pelota são aglomerados obtidos por meio de queima de misturas de finos de minério de ferro e aditivos em unidades de sinterização (nas siderúrgicas) e pelotização. Ambos são usados no alto-forno no processo de produção do aço. A avaliação do desempenho dos produtos nos testes em plantas-piloto é determinante para indicar, posteriormente, a performance técnica e econômica da produção de gusa no alto-forno, o que possui impacto direto na competitividade da usina nos mercados nacional e internacional.
Além de seus laboratórios e equipamentos de última geração, o Centro de Tecnologia de Ferrosos da Vale dispõe também de avançados modelos matemáticos para simular os processos siderúrgicos de seus clientes. Esses modelos são capazes de prever o comportamento dos minérios de ferro existentes no mercado, permitindo que a Vale avalie o desempenho nos diferentes processos e auxilie o desenvolvimento de soluções integradas para os clientes.

Nenhum comentário: