2 de outubro de 2008

? INTERROGAÇÃO PARA O FUTURO

Em esclarecimento ao Senhor Ricardo Guerra, assessor do Prefeito, que me comparou a um asneiro, animal procedente de cruzamento de cavalo com burra (errado, tanto a expressão quanto cruzamento), conto a minha história.

Sou cidadão e tenho história:
A ligação entre São Gonçalo do Rio Abaixo e Itabira é muito antiga e inegável. Antigamente eram apenas os caminhos de terra que ligavam as duas Vilas. Foi um desses caminhos que inspirou o Carlos Drummond de Andrade a escrever um poema que cita a venda de Augusto Pessoa, meu avô materno. Augusto Pessoa não era um comerciante desonesto, visto que hoje a principal rua da cidade recebe o seu nome. E assim, digo o mesmo de Desembargador Moreira dos Santos, meu avô paterno, que tem seu nome na Escola Estadual; falo de Dr. Hélvio, meu tio, que foi prefeito e deputado estadual e que dá nome ao Posto de Saúde do Una. Célio Moreira dos Santos, meu pai, há pouco tempo foi agraciado emprestando seu nome ao Estádio de Futebol, que é um importante local de lazer. Falo também de outros parentes que foram e são bons para São Gonçalo do Rio Abaixo, como Maria de Lourdes, minha prima, homenageada na Escola Integral, meu tio Élio que, no tempo em que São Gonçalo pertencia a Santa Bárbara, foi prefeito por 16 anos e depois procurador da República no Distrito Federal. Tia Ritinha, irmã do meu pai, é a mãe de Desembargador José Carlos Moreira Diniz, e com ele finalizo os meus familiares que com trabalho honesto, acrescentaram algo à minha terra. Já falavam os mais velhos “antes de você conhecer uma história, procure conhecer a história do contador de histórias”.
Como são-gonçalense nascido e criado aqui, desde a época que pertencíamos a Santa Bárbara, não pretendo ser contra ninguém que venha para nossa terra para somar e contribuir. Eu questiono quem chega para se aproveitar da situação econômica atual favorável da cidade. É por isso, que de agora em diante, vou fazer meu dever de cidadão e fiscalizar a administração pública através de uma Coligação apartidária.
Com isso, quero deixar claro que não compactuo com pessoas que usam a máquina pública para seu próprio benefício. Ficarei atento nos próximos anos.

Prefeito vizinho:
Os cidadãos de Nova Lima (cidade que teve na sua formação a participação de ingleses) não iriam admitir que o seu Prefeito morasse na capital, mesmo que ele fosse um ótimo prefeito! Tenho certeza também que as pessoas de Barão de Cocais não reelegeriam o seu prefeito se o mesmo tivesse morando, por exemplo, em Santa Bárbara. Pensando assim, acho justo que o atual prefeito de São Gonçalo e parte de seus secretários e auxiliares deixem o carro da prefeitura no município, para uso da população necessitada e que o ir e vir para a cidade em que residem seja feito em carro próprio, com combustível próprio e emplacados em São Gonçalo, cidade que governa! Acho justo também, que pelo menos parte das compras para abastecer sua casa seja feita nos supermercados locais. Com isso, impostos como o IPVA e o ICMS ficariam por aqui, e não em cidades vizinhas. Como proposta de governo, o prefeito bem que poderia “devolver” o dinheiro público gasto diariamente nas viagens ( São Gonçalo- Itabira) durante os 4 anos, para a APAE, que agradeceria muito e está necessitando.

Orçamento participativo:
Cidades que possuem o Orçamento Participativo implantado, como Ipatinga, por exemplo, permitem que as pessoas votem e escolham quais são as prioridades que a cidade precisa. Não é só o Prefeito que escolhe o local onde as “obras” acontecerão. É a comunidade quem vota e pede o quê realmente precisa. Se tivesse um Orçamento Participativo em funcionamento por aqui, com certeza um bom Hospital seria uma obra prioritária. Acredito que o asfaltamento pra Itabira ficaria pra depois, bem depois! Uma cidade como a nossa, com tamanha arrecadação precisaria de instituir urgentemente o Orçamento Participativo.

Reeleição:
Quem está no poder leva uma grande vantagem sobre aquele que não detém o mandato e é por isso que não acredito na reeleição. Acredito na alternância do poder público, principalmente em cidades de pequeno porte, como a nossa. Sabemos que quanto menor é a cidade, maior é o poder do prefeito. Em cidades pequenas, denúncias de corrupção e má gestão não bastam para estragar o projeto de reeleição. Acredito que quanto mais mobilidade houver no poder, melhor será para todos nós.
A questão agora é assegurarmos que a próxima administração municipal será transparente e a Lei de Responsabilidade Fiscal, será um referencial para nós cidadãos acompanharmos os procedimentos dos administradores públicos. Precisamos mudar! E isso só depende de nós.

Irnério Augusto Moreira dos Santos

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