19 de abril de 2008

Ânimos acirrados na reunião da Câmara de São Gonçalo

Os ânimos se acirraram entre os vereadores durante a última reunião ordinária da Câmara Municipal do Rio Abaixo, ocorrida na quinta-feira, 17.

A Casa Legislativa são-gonçalense ficou totalmente lotada, já que o presidente Luzimar da Fonseca, o Buzica, enviou convites a estudantes, representantes de entidades e ao prefeito municipal, Raimundo Nonato Barcelos, o Nozinho, com intuito que fossem esclarecidos boatos sobre possíveis cortes em diversas áreas sociais e cuja responsabilidade seria da Câmara.

Inúmeros estudantes da cidade, que haviam recebido promessas de benefícios de 50% de bolsas de estudo por parte da Prefeitura e que até o momento não haviam visto a cor do dinheiro, compareceram à Câmara, visando entender o motivo pelo qual a promessa do prefeito não havia se concretizado, mesmo após dois meses desde a aprovação do projeto pela Câmara que concedia o benefício.

Segundo os estudantes, eles teriam recebido informações por parte da Prefeitura de que o benefício havia sido cancelado porque a Câmara havia entrado com ação na Justiça proibindo a distribuição das concessões.

Durante a reunião, o vereador Gladston de Castro, fazendo uso da Tribuna, iniciou o debate sobre o assunto, comentando: "Fico feliz de poder estar aqui hoje diante desse grande público, pois aqui vocês conhecerão a verdade. Esse governo, desde o início, vem tentando se sustentar com mentiras. Primeiro falou que administrou o primeiro ano com a mesma arrecadação dos prefeitos anteriores. Mentira. Posteriormente foi comprovado que a Prefeitura arrecadou 22 milhões, enquanto a média anterior era 5 milhões (de reais)", disparou.

Continuando o discurso, o vereador falou sobre a situação atual, sobre os boatos que alastraram pela cidade, segundo ele, plantados pela Prefeitura. Gladston se dirigiu ao público e perguntou: "Quem cortou as bolsas? Primeiro elas nem foram concedidas, como alguém pode tirar uma coisa que não deu?", disparou.

Gladston lembrou que na reunião do dia 17 de fevereiro, quando foi aprovado o projeto, ele havia dito que ouvira boatos na cidade que os vereadores da oposição não aprovariam o projeto, "mas acabou que o projeto foi aprovado por todos", disse.

De posse de um documento, o vereador se dirigiu mais uma vez ao público e informou: "Estou aqui com a denúncia que foi feita contra a Prefeitura. Está claro aqui que a denúncia diz respeito a publicidade ilegal, propaganda eleitoral extemporânea e abuso de poder econômico, não tem nada de bolsa de estudo. Sobre as bolsas, a única coisa que tem é sobre a publicidade que o prefeito fez. Ele fez a maior propaganda que conseguiu isso e conseguiu aquilo, então ele é que responda porque cortou, ou porque não liberou as bolsas e não venha querer fazer politicagem não", afirmou. O parlamentar ainda completou: "e além do mais ele usou dessa denúncia para jogar a população contra os vereadores, dizendo que teria que cortar transporte escolar, subvenções de entidades e contratações, isso é mentira e a verdade irá aparecer".

Dando seqüência à reunião, o vice-presidente da Casa, vereador Marlon Pessoa, defendeu o prefeito afirmando que a denúncia citava sim as bolsas e que elas ainda não haviam sido liberadas porque a Prefeitura teria que organizar a relação de bolsistas. Marlon criticou o colega dizendo que ele cobra muito, mas não havia comparecido à audiência pública feita pela Prefeitura.

Gladston pediu aparte e disse que mais uma vez a Prefeitura tenta enganar o povo, pois, segundo ele, a audiência pública tem que acontecer na Câmara, conforme exige a lei.

Marlon continuou defendendo o prefeito e disse que diferente do que Gladston havia informado, a administração anterior, em seu último ano teria arrecadado R$ 11 milhões.

Mais denúncias

Depois foi a vez do vereador José Afonso fazer uso da palavra. O parlamentar fez inúmeras denúncias de irregularidades na administração, destacando a questão da manutenção das estradas rurais. "Essa administração é cheia de mentiras. Não temos nada haver com a questão das bolsas, pois aprovamos o projeto que o Executivo enviou. A Prefeitura colocou pessoal dela pra de madrugada ir aos ônibus escolares dizer aos estudantes que seus benefícios seriam cortados. Um absurdo. E como existem tantas irregularidades por aí não duvido que essa seja mais uma. Estou aqui pra defender a população do meio rural e estamos sofrendo com as péssimas condições das estradas e tomi (sic) conhecimento que tem uma empresa aí, Cecel, que está levando desde 2007 dois contratos de mais de um milhão e meio (de reais) pra conservar as estradas. Nunca vi uma patrol dessa empresa por onde ando e a própria estrada comprova que não está tendo esse serviço", denunciou.

Fonte: Jornal Bom Dia

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