A Vale e o Governo de Minas Gerais assinam nesta segunda-feira (18/04), no Palácio Tiradentes, termo de permissão de uso, por 30 anos, de um terreno em Ouro Preto destinado à construção do Instituto Tecnológico Vale (ITV). O Instituto, que vai ocupar uma área de 100 mil metros quadrados, será voltado a pesquisas de médio e longo prazo na área de mineração e contará com cerca de 300 profissionais entre empregados e visitantes, dos quais 50 pesquisadores brasileiros e estrangeiros todos com doutorado e pós-doutorado.
A unidade de Minas é uma das três que o ITV está construindo no Brasil. As demais ficarão em Belém e São José dos Campos (SP). A de Belém será dedicada ao desenvolvimento sustentável e a de São José de Campos, à área de energia de baixo carbono.
A Vale vai investir R$ 162 milhões na construção do instituto de Ouro Preto, cuja inauguração está prevista para 2013. A cerimônia no Palácio Tiradentes, no Centro Administrativo, terá a presença do diretor-presidente da Vale, Roger Agnelli, e do governador Antônio Anastasia.
“O ITV de Ouro Preto será um centro de excelência de referência internacional, que vai fortalecer a imagem de Minas como um grande pólo de ciência e tecnologia brasileiro”, afirma o diretor-presidente do ITV, Luiz Mello. Segundo ele, o diretor do centro será o professor Paulo Marcos de Paula Vasconcelos, chefe do Instituto de Ciências da Terra, da Universidade Queensland, na Austrália. Com doutorado pela Universidade de Berkeley, Vasconcelos é especializado em exploração geoquímica e paleoclimatologia (estudo histórico do clima), entre outros temas. “Vasconcelos é um dos exemplos dos objetivos do ITV, que é buscar a repatriação de cérebros”, completa Mello.
Situado às margens da BR 356, a aproximadamente 2 quilômetros de Ouro Preto, o projeto do ITV é assinado pelo arquiteto Fernando Peixoto e busca a mínima interferência no terreno - apenas 4,9% do total de 100 mil metros quadrados serão ocupados com edificações, mantendo, no restante, a área verde original. O centro estará dividido em dois blocos: o edifício-sede e uma ala de laboratórios. A arquitetura proposta se inspirou nas construções de Ouro Preto cujos volumes são assentados e encaixados no relevo em aclive típicos das montanhas da região.
“Todas as instalações serão dotadas dos mais avançados sistemas de eficiência e geração energética, racionalização no uso de água com utilização de águas pluviais, e privilégio de materiais e acabamentos de impacto ambiental reduzido”, explica o arquiteto, que tem trabalhos publicados em revistas especializadas no Brasil e em países como o Japão, Coréia, Alemanha e Itália.
ITV
O Instituto Tecnológico Vale coordena as ações de Ciência e Tecnologia da empresa, com ênfase em projetos de pesquisa de longo prazo desenvolvidos em parceria com a comunidade científica nacional e internacional. Com a iniciativa, a Vale pretende ampliar a produção de pesquisas científicas e o desenvolvimento econômico de base tecnológica no país, além de gerar e difundir novos conhecimentos para o desenvolvimento socioeconômico, ambiental e para a cadeia da mineração no Brasil.
Desde que foi lançado, em 2009, até agora o ITV já distribuiu mais de 100 bolsas de mestrado e doutorado. Recentemente, o Instituto fechou um convênio com o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) para oferecer bolsas de pós-graduação a moçambicanos em universidades brasileiras, além de convênios com o MIT (Massachusetts Institute of Technology) e com a EPFL (École Polytechnique Fédérale de Lausanne), da Suíça.
Outra ação inédita foi a parceria com as Fundações de Amparo a Pesquisa dos estados de Minas Gerais, São Paulo e Pará, no valor de R$ 120 milhões, para fomento de projetos de pesquisa científica e tecnológica nas áreas de mineração, energia, ecoeficiência e biodiversidade e processos ferrosos para siderurgia. É a maior parceria do setor privado com órgãos públicos de fomento do país.
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