30 de janeiro de 2013

De Primeira Grandeza


Regina Célia Gonçalves

Outro dia me peguei tentando colher estrelas... Num céu nublado de chuva e noite meu olhar  se esgueira entre  uma nuvem e outra e percebe um cintilar tímido e distante... Mais à frente outro, mais outro brilho esmaecido. Já perdi a conta das noites em que não via estrelas...

De repente as poucas estrelas que piscavam sonolentas adquiriram novo brilho sem que eu entendesse o motivo, mas algo também havia se modificado em mim!

A alma mais leve e um leve sorriso nos lábios... Algumas mensagens confusas na cabeça e a poesia latente das noites nos ouvidos.

Algo sobre o amor e sobre o olhar...

Com invejável nitidez descubro segredos que afligem políticos, que enrubescem as virgens e que escandalizam a inocência das crianças. Não posso revelá-los, mas garanto que existem.

As nuvens que agasalham o firmamento se dissipam e espantosamente um burburinho alegre e musical preenche o espaço no vão escuro além da serra.

Contaram-me estrelas de magnitude absoluta 1 (já chamadas de primeira grandeza) que os olhos só podem enxergar por meio do empréstimo de luz das estrelas. A essa luz convencionou-se chamar de Amor... Dessa forma, temos estrelas nos olhos! Mas a isso não  foi pedido segredo. Por isso eu conto!

 “Ora ( direis)!Ouvir estrelas?Certo perdeste o senso!” Bilac respondera a essa inquietude: "Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido capaz de ouvir e de entender estrelas."

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