24 de setembro de 2008

Justiça determina abertura de inquérito policial contra DataFato

A Justiça Eleitoral determinou a abertura de inquérito policial contra o Instituto DataFato Ltda, por suspeita de fraude em pesquisa realizada em São Gonçalo. A sentença foi emitida ontem, 22, pela Juíza Eleitoral da Comarca de Santa Bárbara, Myrna Fabiana Monteiro Souto, que aceitou a denúncia do Ministério Público Eleitoral (MPE) da mesma comarca.

Na sexta-feira, 19, o MPE havia entrado na Justiça Eleitoral com a denúncia solicitando a instauração de inquérito. De acordo com a acusação do promotor Bruno Guerra de Oliveira, a pesquisa apresenta várias irregularidades. Entre elas, a mais grave é a discrepância entre o número de entrevistados registrados pela pesquisa, e o número de questionários preenchidos. O Instituto informou que foram ouvidos 300 eleitores. Mais tarde o Instituto teria alterado a informação alegando que foram 305 entrevistados. No entanto, ao juntar as fichas, contabiliza-se 317 entrevistas.

Durante o fim de semana, após analisar os documentos, a Justiça julgou procedente os pedidos do promotor. A juíza Myrna Souto, não só solicitou a instauração de inquérito policial, como também a interrupção de qualquer forma de divulgação dos dados da pesquisa no município são-gonçalense. "Cumpre salientar que aqui estão sendo apontadas apenas irregularidades, não se podendo, por ora, afirmar a ocorrência de fraude na pesquisa eleitoral, o que deve ser mais bem analisado em Inquérito Policial próprio." dispara.

A Justiça ainda determinou que o Instituto promova nova pesquisa com a correção das irregularidades. A juíza aponta dúvidas em relação à checagem dos dados coletados pelos pesquisadores, coleta de dados por pesquisador não identificado e indefinição no número de pessoas entrevistadas. Diante disso, Myrna Souto solicita que além de realizar uma pesquisa com as irregularidades corrigidas, a mesma deve ser veiculada no mesmo espaço, local, horário, página, caracteres e outros elementos em destaque em que a primeira pesquisa foi divulgada.




Suspeitas

Este é a segunda vez que o instituto DataFato sofre sentença desfavorável na comarca de Santa Bárbara. Em 2000, o mesmo Instituto foi denunciado pelo Ministério Público e condenado pela justiça. Recentemente pesquisa do DataFato foi impugnada pela Justiça Eleitoral em João Monlevade, por conter em seus questionários perguntas que favoreciam o candidato a prefeito Railton Franklin (PDT), representante da coligação "Monlevade Ainda Melhor". Na época o Instituto foi contratado pela Associação, Comercial, Industrial, e Agropecuária de João Monlevade (Acimon). A realização da pesquisa foi questionada publicamente pelo membro do Conselho Fiscal da entidade, Delci Sérgio do Couto.

Apesar dos problemas enfrentados pela empresa de pesquisas, a Acimon contratou novamente o DataFato para realizar novo levantamento. Divulgada por grande parte da mídia monlevadense na semana passada, a pesquisa aponta liderança de Raílton Franklin (PDT). O Bom Dia optou por não publicar a pesquisa, devido aos inúmeros questionamentos feitos por várias coligações contra a empresa nas comarcas da região. Em João Monlevade o Instituto é investigado pelo Ministério Publico que analisa denúncia contra ele e seus parceiros.

Fonte: Jornal Bom Dia

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