30 de agosto de 2006

Colunista Jaine Resende com o espaço fique de bem com o planeta.


A floresta da Amazônia "pode transformar-se em deserto" e isto
pode acelerar o aquecimento global com "incalculáveis conseqüências", declaram novas pesquisas.

A vasta floresta da Amazônia está a ponto de se tornar em um deserto, com catastróficas conseqüências para o clima do mundo todo. É o que sugerem
novas pesquisas. E o processo, que seria irreversível, pode começar já no
próximo ano. Estudos, realizados na Amazônia concluíram que a floresta não pode agüentar mais que dois outros anos consecutivos de seca sem entrar em colapso. Cientistas dizem que isto expandiria a seca para o hemisfério norte, incluindo a Grã-Bretanha, o que pode acelerar decisivamente o aquecimento global, deixando fora de controle um processo que pode redundar em um mundo inabitável. Estas notícias alarmantes chegam em plena onda de calor que se abate sobre a Grã-Bretanha e em boa parte da Europa e dos EUA.
(mudança climática).

Conforme reportado nas páginas a Amazônia está agora enfrentando seu segundo ano sucessivo de seca, o que leva à
possibilidade de que ela possa começar a morrer no próximo ano. A imensa
floresta contém 90 bilhões de toneladas de carbono, o suficiente para
incrementar a taxa de aquecimento global em 50%. cientistas prevê
"mega-incêndios" rapidamente por toda a floresta. Com o fim das árvores,
o solo será transformado em deserto pela ação do sol.

Toda essa transformação é a forma que a natureza está encontrando pra responder aos nossos atos.
O aumento no consumo de energia, água, minerais e elementos da biodiversidade vêm causando sérios problemas ambientais, como a poluição da água e do ar, a contaminação e o desgaste do solo, o desaparecimento de espécies animais e vegetais e as mudanças climáticas. Para tentar enfrentar estes problemas surgiram muitas propostas de política ambiental, como consumo verde, consciente, ético, responsável ou sustentável. Mas o que significam estas expressões? E o que elas têm a ver com o tema cidadania?

Aspectos da sociedade de consumo e da relação entre cidadania e consumo.

O termo sociedade de consumo é uma das inúmeras tentativas de compreensão das mudanças que vêm ocorrendo nas sociedades. Refere-se à importância que o consumo tem ganhado na formação e fortalecimento das nossas identidades e na construção das relações sociais. Assim, o nível e o estilo de consumo se tornam a principal fonte de identidade cultural, de participação na vida coletiva, de aceitação em um grupo e de distinção com os demais. Podemos chamar de consumismo a expansão da cultura do “ter” em detrimento da cultura do “ser”.

O consumo invade diversas esferas da vida social, econômica, cultural e política. Neste processo, os serviços públicos, as relações sociais, a natureza, o tempo e o próprio corpo humano se transformam em mercadorias.

Até mesmo a política virou uma questão de mercado, comercializando a participação cívica e misturando valores comerciais com valores cívicos. Isto seria uma “vitória” do consumo como um fim em si mesmo. O consumo passa a ser encarado, mais do que um direito ou um prazer, como um dever do cidadão. Seja como for, o consumismo, vem se espalhando rapidamente para distintas regiões do planeta, assumindo formas diversas.

O século XXI está sendo marcado por profundas inovações que afetam nossas experiências de consumo, como a globalização, o desenvolvimento de novas tecnologias de comunicação, o comércio através da internet, a biotecnologia, o debate ambientalista etc. Ao mesmo tempo, novos tipos de protestos e reações ao consumismo EXIGINDO, uma nova postura do consumidor.

O consumo se transformou em uma compulsão e um vício, estimulados pelas forças do mercado, da moda e da propaganda. A sociedade de consumo produz carências e desejos (materiais e simbólicos) incessantemente. Os indivíduos passam a ser reconhecidos, avaliados e julgados por aquilo que consomem aquilo que vestem ou calçam, pelo carro e pelo telefone celular que exibem em público. O próprio indivíduo passa a se auto-avaliar pelo que tem e pelo que consome. Mas é muito difícil estabelecer o limite entre consumo e consumismo, pois a definição de necessidades básicas e supérfluas está intimamente ligada às características culturais da sociedade e do grupo a que pertencemos. O que é básico para uns pode ser supérfluo para outros e vice-versa.

Nesse contexto a felicidade e a qualidade de vida têm sido cada vez mais associadas e reduzidas às conquistas materiais. Isto acaba levando a um ciclo vicioso, em que o indivíduo trabalha para manter e ostentar um nível de consumo, reduzindo o tempo dedicado ao lazer e a outras atividades e relações sociais.

E O PIOR Até mesmo o tempo livre e a felicidade se tornam mercadorias que alimentam este ciclo. Em suas atividades de consumo, os indivíduos acabam agindo centrados em si mesmos, sem se preocupar com as conseqüências de suas escolhas. O cidadão é reduzido ao papel de consumidor, sendo cobrado por uma espécie de “obrigação moral e cívica de consumir”. Mas se nossas identidades se definem também pelo consumo, poderíamos vincular o exercício da cidadania e a participação política às atividades de consumo, já que é nestas atividades que sentimos que pertencemos e que fazemos parte de redes sociais.

“FIQUE ESPERTO”, O consumo é o lugar onde o conflito entre as classes, originados pela participação desigual na estrutura produtiva, ganham continuidade, através da desigualdade na distribuição e apropriação dos bens. Assim, consumir é participar de um cenário de disputas pelo que a sociedade produz e pelos modos de usá-lo.

VEJA SÓ 20% da população mundial, que habita principalmente os países afluentes do hemisfério norte, consome 80% dos recursos naturais e energia do planeta e produz mais de 80% da poluição e da degradação dos ecossistemas. Enquanto isso, 80% da população mundial, que habita principalmente os países pobres do hemisfério sul, fica com apenas 20% dos recursos naturais. Para reduzir essas disparidades sociais, permitindo aos habitantes dos países do sul atingirem o mesmo padrão de consumo material médio de um habitante do norte, seriam necessários, pelo menos, mais dois planetas Terra.

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