1 de dezembro de 2010

Minas ganha museu dedicado ao Estado


Espaço usa a tecnologia para mostrar as tradições, cultura e história do povo mineiro

O Governo de Minas Gerais e a Vale inauguram, inauguraram ontem, dia 30 de novembro, o Memorial Minas Gerais - Vale. Parte integrante do Circuito Cultural Praça da Liberdade, complexo de centros culturais que funcionarão em edifícios públicos do entorno da Praça da Liberdade, o equipamento ocupa o prédio da antiga Secretaria de Estado da Fazenda.

Até o dia 28 de janeiro, as visitas ao Memorial deverão ser agendadas previamente pelo telefone (31) 3343-7317, das 9 às 19 horas. Após esta data, o espaço será aberto ao público geral.

Caracterizado como museu de experiência, o Memorial instiga o visitante a descobrir a história e os costumes mineiros, do século XVIII ao momento atual, de uma forma diferente e interativa. Personagens ilustres, vilas barrocas, grandes autores, cidadãos comuns, moda, comida típica e até o futebol estão representados nas 31 salas que compõem o equipamento. Em todas elas, a tecnologia é utilizada em conjunto com objetos e cenários tradicionais para criar um espaço rico e futurista, que ressalte as experiências propostas pelo espaço.

Para materializá-los, o museógrafo Gringo Cardia lançou mão de quadros que conversam entre si, textos gravados em roupas, árvores de poemas, além de fotos, textos, vídeos e outras mídias para criar cada uma das salas. O objetivo é fazer do Memorial um lugar de história e atualidades vivas, onde mais que observar, o visitante vivencie o que está sendo apresentado.

Tradições e Costumes de Minas

O Memorial é dividido em três eixos. No eixo Minas Imemorial, o visitante voltará aos séculos XVIII e XIX por meio de cenários que mostram o mundo das fazendas mineiras, as lavras, os quilombos, os sítios arqueológicos. O eixo Minas Visionária trará os conceitos de tradição, entusiasmo e utopia na cultura e no pensamento mineiro.

Já o eixo Minas Polifônica será um grande ambiente interativo reunindo conhecimento e arte, no qual o visitante poderá conhecer um pouco mais da história da miscigenação na cultura mineira, além do barroco, do modernismo e das festas populares.

Cada visitante também poderá deixar sua marca no acervo do Memorial. Em um grande mapa de Minas, será possível conhecer os 853 municípios, e, ainda, gravar seu nome e a sua foto.

Patrimônio Restaurado

O uso do espaço foi elaborado de forma a propor um confronto entre a Minas clássica e a Minas multicultural moderna. Assim, as salas da primeira fase de construção do edifício, que passaram por ampla restauração, foram preservadas quase sem cenografia, para mostrar os ricos ornamentos do século XIX. O projeto de restauração arquitetônica é de Flávio Grilo, e a restauração artística é assinada pela equipe da Espaço Tempo.

As salas da segunda fase de construção, na parte posterior do edifício, quase todas, originalmente, sem ornamentos, foram inteiramente decoradas internamente com uma arquitetura cenográfica moderna ou teatral, para contar a história do tema da sala ou compor um espaço de estar e de lazer contemporâneo.

O pátio interior central aberto foi recuperado, recebendo um jardim e um novo palco, um projeto dos arquitetos Humberto Hermeto, Carlos Maia, Débora Mendes, Eduardo França e Igor Macedo. Em torno desse pátio, foi inserida uma grande área de socialização, trazendo o conceito de que o Memorial é uma extensão da Praça da Liberdade, equipada com tecnologia e estrutura. A partir desse centro se irradiam os acessos às exposições museográficas, às temporárias e às atrações dos auditórios nos andares superiores.

História

O prédio da Secretaria de Estado da Fazenda, então denominado Secretaria das Finanças, foi projetado pelo arquiteto da Comissão Construtora da Nova Capital, José de Magalhães. Seu projeto original, no estilo eclético adotado para todos os prédios projetados pela Comissão Construtora, era idêntico ao da então Secretaria da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, mas o arquiteto recebeu ordens do governo para diferenciá-lo, o que fez introduzindo algumas modificações em suas fachadas.

A obra foi iniciada em 25 de novembro de 1895 e foi inaugurada juntamente com a nova capital, em 12 de dezembro de 1897. Assim como nas demais secretarias e no Palácio da Liberdade, foram empregados na obra muitos materiais importados, sobretudo telhas, vigas de ferro e a escada de ferro forjado no sistema "jolly".

Ao longo de sua história, o prédio, cuja superfície original era de 730 m2, recebeu diversas modificações e acréscimos, até atingir sua área construída atual de 3.834 m2. O tombamento foi feito pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), por meio do Decreto n. 18.531, de 2 de junho de 1977.

Vale e o patrimônio

O cuidado da Vale com o patrimônio também se revela na própria Praça da Liberdade, que abriga o Memorial Minas Gerais - Vale. Adotada pela empresa em 1991, quando passou por uma restauração geral, já recebeu cerca de R$ 12 milhões em investimentos da mineradora, que se responsabilizou por sua manutenção. A iniciativa pioneira de adoção de um espaço público, inspirou dezenas de outras empresas, instituições e indivíduos a adotar e revitalizar espaços públicos da cidade.

Outra importante iniciativa é o Programa de Educação Patrimonial "Trem da Vale". Com investimento de R$ 47 milhões, a empresa recuperou o trecho ferroviário entre Ouro Preto e Mariana - com 18 quilômetros de extensão -, e colocou a tradicional Maria-Fumaça de volta aos trilhos. A Vale também é parceira do Projeto "Estação Sarzedo" - Plataforma de Cultura, que prevê a restauração e a revitalização do conjunto arquitetônico do complexo ferroviário da cidade, além da criação de um museu. Na área cultural, outro destaque é o projeto de revitalização do Museu de Território Caminhos Drummondianos, em Itabira

A Vale também participou da restauração da Igreja Nossa Senhora do Carmo, uma das mais belas obras arquitetônicas em estilo rococó em Minas, localizada em Mariana e, em Raposos, a matriz de Nossa Senhora da Conceição, construída no início do século XVIII e considerada a mais antiga de Minas

Gringo Cardia - museógrafo

Gringo Cardia nasceu em Uruguaiana (RS) e começou sua carreira no final dos anos 70. Em sua trajetória, criou cenários para mais de 100 peças de teatro. Seu currículo também conta com direção de mais de 50 videoclipes institucionais e de música no Brasil.

O artista também marcou forte presença no exterior, realizando projetos de design para a joalheria H.Stern, em Nova York, desenhando o pavilhão brasileiro na Expo 2000, em Hannover, Alemanha, além de ter criado o vídeo da campanha de controle de armas da Anistia Internacional, exibido em Londres e Nova York. Atualmente, dirige a produtora Mesosfera, no Rio de Janeiro. Criou, em 2000, a ONG Escola Fábrica de Espetáculos Spectaculu -, para capacitar alunos de comunidades de baixa renda em técnicas de artes visuais.

Sobre a Vale

A Vale é a segunda maior mineradora diversificada do mundo. Presente em mais de 30 países, é a maior produtora mundial de minério de ferro e pelotas, material essencial para a indústria do aço, e um dos maiores produtores de níquel, que é utilizado para produzir aço inoxidável, baterias, ligas de metais especiais, químicos e outros produtos.

A empresa também produz cobre, manganês, ferro-ligas, potássio, bauxita, alumina, alumínio e carvão, entre outros produtos presentes na vida diária das pessoas. Para mais informações, acesse: www.vale.com/saladeimprensa



Salas do Memorial Minas Gerais - Vale

1º Pavimento

3 - Sala dos Escritores - Guimarães Rosa

4 - Sala dos Poetas

5 - Sala da Fotografia- Sebastião Salgado

Jardim/Atrium Liberdade

6 - Sala de Leitura

7 - Midiateca

8 - Café

10 - Cyber Lounge

11 - Projeto Educativo

12 - Sala das Artes Plásticas - Lygia Clark

2º Pavimento

13 - História de Belo Horizonte

14 - A Família Mineira

15 - Estúdio

16 - Panteão da Política Mineira

17 - Minas Rupestre

18 - O Povo Mineiro

19 - Barroco Sagrado Profano

20 - Caminhos e Descaminhos

21 - A Fazenda Mineira

22 - Casa da Ópera

23 - Vilas Mineiras Séculos XVIII e XIX

3º Pavimento

24 - Sala Vale

25 - Celebrações

26 - Vale do Jequitinhonha

27 - Auditório

28 - Galeria Novos Artistas

29 - Galeria Video Arte

30 - Modernismo Mineiro

31 - O Espetáculo Mineiro

Corredor das Artes



Circuito Cultural Praça da Liberdade abre espaço para as memórias e os costumes de Minas

O Circuito Cultural Praça da Liberdade se consolida como importante pólo de cultura nas mais diversas formas de expressão, como o conhecimento, a ciência, a arte e o entretenimento. Agora, o Governo de Minas, em parceria com a Vale, entrega à população mineira o Memorial Minas Gerais - Vale, que conta a história do Estado, suas memórias e seus costumes.

Desde a abertura do Circuito Cultural Praça da Liberdade, com as inaugurações do Espaço TIM UFMG do Conhecimento e do Museu das Minas e do Metal - EBX, já foram registradas mais de 70 mil visitas de pessoas de Minas, do Brasil e de vários países, como Argentina, Itália, Estados Unidos, Peru, Portugal, Espanha, Chile, Hungria, Holanda, Guatemala, Canadá, Londres, Uruguai, Bolívia, Polônia, Dinamarca, Irlanda, Suíça, Panamá, Alemanha, Colômbia e México.

Se somadas as visitas ao Palácio da Liberdade, aberto ao público aos domingos, desde agosto, e à Biblioteca Pública Luiz de Bessa, o número de visitantes sobe para mais de 400 mil pessoas, este ano. Também é parte do Circuito Cultural Praça da Liberdade, já aberto ao público, o Arquivo Público Mineiro. Conheça abaixo os espaços do Circuito Cultural Praça da Liberdade:

Espaço TIM UFMG do Conhecimento

Inaugurado em março de 2010, resultado da parceria do Governo de Minas com a empresa de telefonia TIM e a Universidade Federal de Minas Gerais, ocupa antigo prédio da Reitoria da Universidade do Estado de Minas Gerais. Abriga um planetário, observatório astronômico e um conjunto de exposições temáticas que abordam assuntos como o universo, a vida na Terra, o meio ambiente, com cenários interativos e muita tecnologia. Museografia de Paulo Schmidt.

Museu das Minas e do Metal - EBX

A relação da história de Minas Gerais com a riqueza de suas minas e a metalurgia é a marca do acervo do Museu das Minas e do Metal - EBX. Instalado no antigo prédio da Secretaria de Educação, foi inaugurado em março de 2010, em parceria do Governo de Minas com o Grupo EBX Investimentos, se propõe ser o retrato do legado do processo de desenvolvimento econômico, social e cultural do Estado. Museografia de Marcello Dantas.

Centro de Arte Popular - Cemig

O prédio do antigo Hospital São Tarcísio, localizado na rua Gonçalves Dias, a poucos metros da Praça da Liberdade, será transformado no Centro de Arte Popular - Cemig. O espaço privilegiará a riqueza e a diversidade das manifestações culturais populares, valorizando o trabalho dos artistas que traduzem no barro, na madeira e em outros materiais, o universo em que vivem. Previsão de inauguração em 2011.

Centro Cultural Banco do Brasil

O prédio da antiga Secretaria de Defesa Social vai abrigar o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Com programação regular e diversificada, o CCBB contemplará atividades nas áreas de artes plásticas, artes cênicas, música, exposições temporárias; teatro com capacidade para 300 lugares; espaços de convivência, lazer e alimentação, além de loja para comercialização de produtos culturais. Inauguração prevista para 2011.

Museu do Homem Brasileiro

Será implantado no antigo prédio da Secretaria de Viação e Obras em parceria com a Fundação Roberto Marinho. O museu será um espaço de conhecimento, divulgação e interpretação da memória sobre a origem do povo brasileiro.

Também estão previstos para o Circuito Cultural Praça da Liberdade o Museu do Automóvel, a ser instalado em área do complexo do Palácio da Liberdade, e o Museu Clube da Esquina, que ocupará o prédio onde está o Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas). Também será aberto um hotel padrão cinco estrelas no antigo prédio do Ipsemg, em fase de licitação. Ainda fazem parte do Circuito Cultural, o Palácio da Liberdade, aberto à visitação pública sempre aos domingos, a Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, o Arquivo Público Mineiro e o Museu Mineiro.

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