15 de setembro de 2009

Padre João denuncia Governo Estadual pelo descaso na saúde

O Deputado Padre João, líder da Bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) criticou, em seu discurso na Assembleia Legislativa (ALMG), o Governo do Estado pela atual situação da saúde em Minas Gerais e os gastos com a inauguração de uma casa em São Paulo, com recursos que poderiam ser utilizados para atender as prioridades.

“Há mais de sete anos temos denunciado que o Governo do Estado vem desrespeitando a Constituição por não empregar os 12% dos recursos na Saúde. O resultado é que Minas é o segundo Estado que menos investe nessa área, perdendo somente para o Rio Grande do Sul, governado por Yeda Crusius, também tucana”, discursou.

Segundo o deputado, isso demonstra o que é de fato um governo neoliberal: um governo que vira as costas para o povo e seus servidores, uma das formas de deixar o Estado mais fragilizado. “A vida é nosso primeiro patrimônio e nossa maior riqueza. Cuidar da saúde do povo, garantir-lhe qualidade de vida e saúde tem de ser prioridade”, afirmou.

Padre João lamentou que o atendimento à saúde vai mal por falta de compromisso do Governo do Estado com o povo mineiro. “A prioridade do Governo é o Centro Administrativo, que também vai levar muitas pessoas à doença, pela insegurança de logística. Milhares de pessoas vão deslocar-se de diversos pontos para uma mesma área. Essas pessoas planejaram toda a sua vida no lugar onde moram e, de repente, têm que mudar. Ou seja, não é prioridade a saúde, como não é prioridade o servidor. Em nosso Estado há pessoas cujo piso salarial é de R$340,00”, frisou.

Gesto Eleitoreiro

O deputado Padre João denunciou ainda o que se pode chamar de um gesto eleitoreiro: enquanto falta verba na Saúde, o Governador do Estado investiu mais de R$ 5 milhões na inauguração de uma casa em São Paulo sob a alegação de que ela será a integração de Minas com São Paulo.

“Não é por aí. Muito menos com esse gesto descaradamente eleitoreiro, por meio do qual o PSDB e o DEM planejam a campanha para 2010. A saúde vai mal por falta de compromisso do Governo que não investe no ser humano. Sempre é a mesma desculpa: a falta de regulamentação da Emenda nº 29, promulgada em 2000. O que falta é vontade política”, criticou.

O parlamentar lembrou que são inúmeras as mortes que poderiam ser evitadas se houvesse atendimento adequado.

“Muita gente morre antes da hora por falta de acesso a médicos, medicamentos e exames. Precisam ficar meses e meses na fila para conseguir fazer um exame, porque o Governo Estadual não investe na Saúde os recursos a ela destinados para garantir atendimento de qualidade às demandas. Isso é crime. O Estado deve ser responsabilizado por muitas mortes, pois desrespeita a Constituição negando um serviço essencial ao ser humano para a preservação da vida”, frisou.

Padre João ainda lembrou que de 2003 a 2.008 o Governo do Estado deixou de investir mais de R$ 5 bilhões na Saúde. “Não podemos permitir o que vem acontecendo com o povo mineiro, sobretudo com os mais pobres, porque eles não têm condições de pagar um plano de saúde. Por uma questão de solidariedade a todo o povo brasileiro, não podemos permitir estender ao Brasil o que vem acontecendo em Minas Gerais: o desrespeito com o povo, sobretudo com os mais pobres”, finalizou.

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